domingo, 6 de dezembro de 2009


DEPOIMENTOS DAS CURSISTAS
- GESTAR II -

“GESTAR é uma experiência valiosa. É a oportunidade de repensar e modificar minhas atitudes enquanto educadora.”

“GESTAR é uma oportunidade singular de trocar ideias, experiências e práticas utilizadas e vivenciadas em sala de aula.
Elas vão muito além das teorias passadas no decorrer dos anos.”

“GESTAR é uma oportunidade para realizar melhor o meu trabalho.”

“GESTAR é encontrar um novo saber.”

“GESTAR é o encontro onde aprendemos a colocar em prática com os alunos os conhecimentos adquiridos no curso de Letras. São novas atitudes que renovam o dia-a-dia do professor.”

“GESTAR é uma forma de ampliar e melhorar minha prática enquanto formadora.

sábado, 5 de dezembro de 2009

RELATÓRIO MENSAL DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – GESTAR II
(NOVEMBRO E DEZEMBRO)

As atividades continuam e em 03/11/09, estudamos e discutimos o TP 2 – Unidades 5 e 6 e o AAA2, correspondente à oficina 11. Os assuntos dessas unidades são: a gramática e os seus vários sentidos e a frase e sua organização. O debate inicial foi feito com todas as turmas do Gestar II e uma atividade em grupo foi aplicada e apresentada. Num segundo momento, cada formador recebeu dos cursistas o relato das experiências de um “Avançando na Prática” que foi socializado e comentado.
No dia 10/11/09 foram entregues os projetos de leitura bem como os materiais produzidos pelos alunos devidamente organizados. O relatório do projeto e as considerações finais completam a atividade. As cursistas também fizeram a avaliação das atividades desenvolvidas.
Para esta data, 17/11/09, o cronograma prevê o Seminário de Avaliação que precisou ser transferido. Então, a pedido das cursistas, fizemos o estudo teórico e reflexivo do TP 2.
Já em 24/11/09, realizamos a oficina 12, referente ao TP 2, unidades 7 e 8 e o AAA 2. A socialização dos “Avançando na Prática” foi o foco de trabalho. Além disso, todos os formadores e cursistas do grupo de Tubarão apresentaram, em forma de seminário, os projetos desenvolvidos em sala de aula.
No dia 01/12/09 fizemos a confraternização coletiva. Muitos agradecimentos e depoimentos significativos marcaram o encerramento do curso. Troca de lembranças e música preenche o encontro.
Os relatos do “Avançando na Prática” são momentos de troca de experiências, aprendizagem e comentários críticos e sugestivos. A produção textual tanto do aluno quanto do professor encontra-se estimulada e em atividade.
As cursistas são comprometidas com a realização das atividades propostas e estudos sugeridos, mas há alguns imprevistos e dificuldades pedagógicas como falta de tempo para desenvolver toda a atividade. Além disso, a conclusão do projeto acarretou alguns transtornos, pois a maioria dos professores cursistas e escolas participantes não dispõem de recursos tecnológicos em bom funcionamento.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Reflexão para a oficina 12

A PEDRA

O distraído nela tropeçou...
O bruto a usou como projétil.
O empreendedor, usando-a, construiu.
O camponês, cansado da lida, dela fez assento.
Para meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou.
Já, Davi, matou Golias, e Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura...
E em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem!
Não existe "pedra" no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento.
Independente do tamanho das pedras, no decorrer de sua vida, não existirá uma, que você não possa aproveitá-la para seu crescimento espiritual. Quanto a sua pedra atual, tenho certeza que Deus irá te dar sabedoria, para mais tarde você olhar para ela, e ter orgulho da maravilhosa experiência que causou em sua vida, no seu crescimento espiritual
.
(Autor desconhecido)

Abençoado dia para você!!!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009



A criação de um diálogo entre jovens, permite um passeio pelas gírias de nossa época.
Não é tarefa fácil para professores que pouco dominam esse vocabulário.
A músicas e as varidades linguísticas

Samba do Arnesto
(Adoniran Barbosa)

O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai mais
Nós não semos tatu!
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta
Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá
Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,
Assinado em cuspo porque não sei escrever"
Arnesto


SAMBA DO ARNESTO EM LINGUAGEM FORMAL

O Ernesto nos convidou para um samba. Ele mora no bairro do Brás, na cidade de São Paulo. Dirigimo-nos até sua casa, porém não encontramos nenhum dos convidados. Retornamos muito chateados. Caso haja um próximo convite, não mais aceitaremos, afinal não somos pessoas que gostam de ser trapaceadas.
( texto produzido por algumas cursistas)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Momento de reflexão - Oficina 11

O BARQUEIRO

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. Em uma das viagens, ia um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
- Companheiro, você entende de leis?
- Não. - responde o barqueiro.
E o advogado compadecido:
- É pena, você perdeu metade da vida!
A professora muito social entra na conversa:
- Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
- Também não. - Responde o remador.
- Que pena! - Condói-se a mestra - você perdeu metade da vida!
Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.O canoeiro preocupado pergunta:
- vocês sabem nadar?
Não! - Responderam eles rapidamente.
- Então é uma pena - conclui o barqueiro - Vocês perderam toda a vida!

"Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes." (Paulo Freire)
RELATÓRIO MENSAL DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – GESTAR II (OUTUBRO)

Em outubro, no dia 06/10/09, estudamos e discutimos a TP1Unidades 1 e 2 e o AAA1 correspondente a oficina 09. Os assuntos dessas unidades são a linguagem e cultura e as variantes linguísticas: desfazendo equívocos. O debate inicial foi feito com todas as turmas do Gestar II e uma atividade em grupo foi aplicada e apresentada. Num segundo momento, cada formador recebeu dos cursistas o relato das experiências de um “Avançando na Prática”.
Na data de 13/10/09, as cursistas apresentaram o projeto escrito para as colegas e formadora. A coordenadora do GESTAR II estava presente para as considerações necessárias e acompanhamento.
Já no dia 20/10/09 realizamos oficina 10, referente à TP 1, unidades 3 e 4 e AAA1. A unidade 3 fala do texto como centro das experiências no ensino da língua e a unidade 4 vem contemplar a intertextualidade como a concretização do texto em nossas interações humanas. Vários exemplos de textos com marcas de intertextualidade foram apresentados e debatidos. Após a discussão dos pontos relevantes e conflitantes, fizemos a socialização das experiências desenvolvidas em sala de aula. Concluímos a oficina com uma atividade coletiva de identificação dos vários tipos de intertextualidade.
Dedicamos a data de 27/10/09 para as considerações finais relativas ao projeto de leitura e aos respectivos materiais pedagógicos.
Os relatos do Avançando na Prática são produzidos com carinho e responsabilidade, pois as cursistas apresentam as atividades desenvolvidas pelos alunos, socializando sucessos e dificuldades. Um momento desejado e gratificante para o grupo.
Embora o grupo seja comprometido com a realização das atividades propostas e estudos sugeridos, há alguns imprevistos e dificuldades pedagógicas.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

RELATÓRIO MENSAL DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS (SETEMBRO) - GESTAR II

Em 01/09/09 refletimos sobre a mensagem “Eu ensinei a todos eles”. Em seguida, iniciamos o estudo do TP 6, unidade 21, com a participação efetiva dos cursistas. Esse momento foi por eles solicitado já que a unidade é bastante complexa. Tivemos também uma palestra com o Sr. Aroldo referente à criação da Indústria de Fosfatos Catarinense Ltda (IFC) no sul de Santa Catarina, pois os cursistas pediram informações acerca do assunto para aperfeiçoamento e apropriação de novos conhecimentos. Essa atividade concretiza o tema da unidade que é argumentação e linguagem.
No dia 08/09/09 realizamos a oficina 07, referente ao TP 6, unidades 21 e 22 e AAA6. Neste momento, as dúvidas foram debatidas e socializamos o Avançando na Prática. Para essa ocasião, refletimos sobre e mensagem “Paradigma dos macaquinhos”.
De acordo com o cronograma de atividades do GESTAR II, o dia 15/09/09 foi destinado à orientação coletiva para o desenvolvimento do projeto. As cursistas junto com a formadora analisaram alguns projetos em fase de elaboração e aplicação. Algumas sugestões de atividades e referencial teórico forão propostas e discutidas.
No dia 22/09/09 desenvolvemos a oficina 08, referente ao TP 6, unidades 23 e 24 e AAA 6. A unidade 23 corresponde ao processo de produção textual: revisão e edição e a 24 à literatura para adolescentes. Após a discussão dos pontos relevantes e conflitantes, fizemos o relato das experiências desenvolvidas em sala de aula. Concluímos a oficina com uma atividade coletiva que solicita a identificação, no texto, de alguns conectivos e o papel que desempenham no contexto.
Já no dia 29/09/09, cursistas e formadora estudaram e produziram materiais para o projeto de leitura. Algumas cursistas trouxeram materiais pedagógicos que estão usando nas aulas. Pesquisamos outros recursos na internet.
Essa etapa do GESTAR II teve algumas alterações e dificuldades, pois umas cursistas faltaram ou não cumpriram todas as atividades por causa da Gripe A (H1N1). Além disso, lamentamos a desistência de duas cursistas por motivo de saúde.
Entretanto, o grupo não deixou de fazer as leituras e atividades propostas porque está compromissado com a melhoria do ensino e acredita que a metodologia do GESTAR II faz a diferença nas atividades profissionais. A união, a amizade, a responsabilidade e a troca de experiências enriquecem cada encontro.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

OFICINA 9 - Variantes linguísticas X Trabalho

Esse é para refletir sobre a educação nos dias atuais.

FAX DO NIRSU
O gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:
"Seo Gomis o criente de Belzonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor toma as providenssa, Abrasso, Nirso." Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro: "Seo Gomis, os relatório di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo que manda treis miu pessa. Amanhã tô xegando. Abrasso, Nirso."
No dia seguinte: "Seo Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz deis miu em Beraba. To indo pra Brazilha. Abrasso, Nirso."
No outro:
"Seo Gomis, Brazilha fexo 20 miu. Vo pra Frolinoplis e de lá pra Sum Paulo no vinhão das cete hora. Abrasso, Nirso".
E assim foi o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do vendedor. O presidente, um homem muito preocupado com o desenvolvimento da empresa e com a cultura dos funcionários, escutou atentamente o gerente e disse:
- Deixa comigo, que eu tomarei as providências necessárias. E tomou.
Redigiu de próprio punho um aviso e afixou no mural da empresa, juntamente
com as mensagens de fax do vendedor:
"A parti de oje nois tudo vamo fazê feito o Nirso. Si priocupá menos
em iscrevê serto, mod vendê maiz. Acinado, O Prizidenti."

terça-feira, 29 de setembro de 2009

8ª OFICINA - TP 6 – UNIDADES 23 e 24

Pensamento: “Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão.” (Antoine de Saint-Exupéry)

1ª Parte
Unidade 23: O processo de produção textual: revisão e edição

Objetivos
1 - Identificar parâmetros de avaliação e ações necessários ao desenvolvimento da etapa de revisão.
2 - Identificar os elementos necessários ao desenvolvimento da etapa de edição.
3 - Produzir atividades de revisão e de edição da escrita para seus alunos.

Reflexões sobre a unidade
Nas atividades de revisão, você pode verificar elementos referentes à estrutura do texto, do gênero, à seqüência de idéias, além de corrigir ortografia, pontuação e outros elementos locais de coesão. Revisar um texto implica tomar decisões sobre a audiência, os gêneros de texto e as restrições e características relacionadas ao suporte e como o conteúdo deve ser
tratado de acordo com a situação e com o objetivo que se quer alcançar.
Se, por exemplo, existe alguma dúvida quanto à organização de dado trecho do texto, o autor é capaz de definir enquanto escreve ou no processo de revisão uma questão como “isto não está claro, não é suficiente”, o que o levaria a “reelaborar de forma mais clara”.
A última etapa do processo de composição, denominada edição, envolve os reajustes finais visando à acuidade: é a hora de polir mais uma vez aspectos de coesão e coerência, a pontuação, a ortografia segundo as convenções estabelecidas.

Unidade 24: Literatura para adolescentes

Objetivos
1- Avaliar o envolvimento do professor com o que os adolescentes leem;
2- Conhecer as principais tendências na produção de uma literatura para adolescentes e critérios de seleção de obras;
3- Desenvolver atividades capazes de despertar o aluno para o prazer e o valor da literatura.

Reflexões sobre a unidade
A leitura dos adolescentes não coincide com aquela que nós, adultos em geral e educadores, em especial, gostaríamos que eles lessem. Muitos leem revistas de interesse geral, como Veja, Isto é, Época, ou de diversão, como
Superinteressante, Cláudia, histórias em quadrinhos, ou publicações ligadas a algum “hobby”: natação, aeromodelismo, etc. Além disso, a maioria tem acesso pelo menos a livros didáticos, usados regularmente nas escolas, apresentando textos bastante diversificados.
1 - Nossos alunos, quando muito, leem de modo superficial: “lêem a linha”, mais fácil de ser apreendida numa leitura rápida.
2 - A dificuldade com relação à leitura autônoma, mesmo de significados superficiais e evidentes, leva à pouca criticidade, à ausência de extrapolações ou inferências menos óbvias (não lêem as entrelinhas, ou o “por trás das linhas”).
3 - Nossos alunos lêem pouco além do exigido pela escola, e em geral essa leitura “não escolar” elege poucas vezes o livro. Privilegiam o texto curto, em revista ou jornal, o que parece contribuir decisivamente para a leitura rasa, percebida nas pesquisas.

Atividade: Identificar no texto alguns conectivos e verificar o papel que desempenham.
Ex.: Era uma vez
Mesmo assim
De manhã
Por quê?
Em seguida
Pois
Entretanto
Mas
Quando
A qual ....

2ª Parte
Apresentação do Avançando na Prática com troca de experiências e comentários críticos e sugestivos. As cursistas apresentam as atividades produzidas pelos alunos, socializando sucessos e dificuldades. Um momento desejado e enriquecedor para o grupo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

7ª Oficina – TP6 – Unidades 21 e 22

1ª PARTE
Pensamento: “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.” (Paulo Freire)

Mensagem para reflexão e debate: Paradigma dos macaquinhos ppt (power point)

Unidade 21: Argumentação e linguagem
Objetivos:
1- identificar marcas de argumentatividade na organização dos textos;
2- identificar e analisar diferentes tipos de argumentos que sustentam uma argumentação textual;
3- reconhecer a qualidade da argumentação textual.

Atividade 01
• Dividir a turma em grupos; (talvez duplas)
• Escolha um provérbio e construa um texto argumentativo em que a tese seja a moral:
1. Quem tem boca vai a Roma;
2. Devagar se vai ao longe;
3. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando;
4. Antes tarde do que nunca
5. Quem tudo quer tudo perde.
6. A pressa é inimiga da perfeição.
• Socialização.

Atividade 02
• Apresentar também: VELHOS DITADOS, NOVOS TEMPOS. DITOS POPULARES NET.
• Citar o provérbio original que proporcionou a releitura.

• 1. A pressa é inimiga da conexão.
• 2. Amigos, amigos, senhas à parte.
• 3. A arquivo dado não se olha o formato.
• 4. Diga-me que chat frequentas e te direi quem és.
• 5. Para bom provedor uma senha basta.
• 6. Não adianta chorar sobre arquivo deletado.
• 7. Em briga de namorados virtuais não se mete o mouse.
• 8. Em terra off-line, quem tem um 486 é rei.
• 9. Hacker que ladra, não morde.
• 10. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.


Unidade 22 : Produção textual: planejamento e escrita
Objetivos:
1- apresentar elementos de reflexão e estratégias relacionados ao planejamento de textos;
2- identificar estratégias que podem ser realizadas para o planejamento e a escrita de textos;
3- desenvolver atividades de planejamento e escrita, considerando a construção e revisão textual.

Refletindo com a TP
• As estratégias devem ser variadas em sala para motivar as crianças e adolescentes a planejarem e descobrirem seu próprio estilo de planejamento de acordo com as diferentes situações sóciocomunicativas das quais participam.
• Cabe ao professor não somente preparar o aluno para a produção de textos, garantindo o conhecimento sobre o tema a ser desenvolvido, mas que ele deve privilegiar o aprendizado relacionado aos procedimentos de produção, seja por exemplo próprio, seja por outro tipo de exemplificação.
• O professor é aquele que constrói andaimes que vão sendo utilizados e internalizados pelos alunos e que foram tratados nas duas seções dessas unidades.

Algumas formas de o professor planejar suas aulas de produção de textos foram discutidas e socializadas.

2ª PARTE

Socialização do “Avançando na prática” e considerações sobre os avanços e dificuldades encontradas.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

RELATÓRIO MENSAL DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS (AGOSTO) – GESTAR II

Em 04/08/09, reencontramo-nos com os cursistas para a 2ª etapa do GESTAR II. A 1ª parte do encontro foi em grande grupo com relatos da Fase de Acompanhamento, em Balneário Camboriú, com as fotos de atividades. Proporcionamos debate referente ao projeto.
Também compartilhamos novas estratégias sugeridas no curso (decalques, biografias, hora da leitura, etc...).
Na 2ª parte, sugeriu-se que os cursistas lessem a unidade 21 do TP 6 e o Ampliando nossas Referências, págs.13 até 61. Além disso, propôs-se que fizessem a lição de casa 1 com os seus alunos, pág.213 do TP 6 (Avançando na prática).
O encontro com os cursistas, programado para o dia 11/08/09, foi cancelado por solicitação da Vigilância Epidemiológica de Tubarão em virtude da Gripe A (H1N1).
O encontro com os cursistas, programado para o dia 18/08/09, a fim de fazer orientações sobre o desenvolvimento do projeto foi cancelado por lei municipal e solicitação da Vigilância Epidemiológica de Tubarão em virtude da Gripe A (H1N1).
No dia 25/08/09, eu e os cursistas definimos os objetivos e a metodologia do projeto, assim como fizemos leituras para a fundamentação teórica das ações a serem desenvolvidas.
Além de todos os entraves, os professores cursistas são comprometidos com o fazer pedagógico e socializam avanços e dificuldades encontrados a fim de que o grande grupo auxilie na escolha de estratégias adequadas para a busca do sucesso, mantendo-se coeso e solidário.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ENSINAR X APREENDER

Eu ensinei a todos eles

“Lecionei no antigo ginásio durante dez anos. No decorrer desse tempo, dei tarefas a, entre outros, um assassino, um evangelista, um pugilista, um ladrão e um imbecil.
O assassino era um menino tranqüilo que se sentava no banco da frente e me olhava com seus belos olhos azuis-claros; o evangelista era o menino mais popular da escola, liderava as brincadeiras dos jovens, ouvia todos, brincava e sempre estava pronto para ajudar; o pugilista ficava perto da janela e, de vez em quando, soltava uma risada rouca que espantava até os gerânios; o ladrão era um jovem bastante alegre com uma canção nos lábios que nunca mudava; e o imbecil, um animalzinho de olhos mansos, que procurava se esconder, sempre a sombra de alguém.
Hoje, a assassino espera a morte na Penitenciária do Estado; o evangelista há um ano jaz sepultado no cemitério da aldeia; o pugilista perdeu um olho em uma briga em Hong Kong; o ladrão, se ficar na ponta dos pés, pode ver a minha casa da janela da Cadeia Municipal e o pequeno imbecil, de olhos mansos de outrora, bate a cabeça contra a parede acolchoada do Asilo Estadual.
Todos esses alunos outrora sentaram-se em minha sala e me olhavam gravemente por cima das mesas marrons da escola. Eu devo ter sido muito útil para esses alunos – ensinei-lhes o plano rítmico do Soneto Elisabetano, todos os coletivos da imensa lista que eles viram, o quarteto da hipotenusa, o Teorema de Pitágoras e como diagramar uma sentença complexa. Eu fui “uma boa professora para eles e os mesmos aprenderam tudo direitinho...”

Texto adaptado para fins educativos e científicos( Pullias, E. V. E Young. A arte do Magistério, Rio de Janeiro, Zahar, 1970. P. 48)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Fase de Acompanhamento - Balneário Camboriú

Eu e meus colegas formadores socializamos as ações da 1ª fase do GESTAR II.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

RELATÓRIO MENSAL DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS(JULHO) - GESTAR II

07/07/2009 – Orientação para desenvolvimento do projeto
Neste encontro, socializei a reflexão a seguir, criada por Piaget com motivação para os trabalhos. Ótimas reflexões foram produzidas e muitos propósitos foram elencados.
"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)
Com isso, começamos a discutir a elaboração escrita do projeto interdisciplinar a ser desenvolvido. Alguns temas foram sugeridos, mas todos remeteram à leitura como meio de desenvolver a autoestima e construir a cidadania.
Em grupo, foram escritos a justificativa e os objetivos (geral e específico). O registro escrito foi lento, com poucos argumentos, pois os cursistas alegaram pouco domínio uma vez que as escolas não elaboram projetos coletivos com os professores. Além disso, as escolas afirmam que não é possível desenvolver o projeto no 2º semestre porque o PPP já tem outras atividades programadas e registradas.
Finalizamos as ações deste dia, planejando nossa última oficina semestral, a realizar-se no dia 14/07/09.

6ª OFICINA – 14/07/2009

Nesta oficina referente às unidades 19 e 20 do TP5, reunimos todos os cursistas dos quatro formadores e fizemos a transposição didática em grande grupo. A mensagem para reflexão e comentários encontra-se abaixo:
O leitor que lê bebe o leite, bebe o vinho, bebe o café do vizinho, bebe a cerveja, bebe de todos os rios, bebe cicuta, bebe uísque, bebe muito, bebe e cala, bebe e ouve, bebe tudo e continua sóbrio.” (Gabriel Perissé)

ATIVIDADES – 1ª PARTE
1. Mensagem e objetivos das unidades.
2. Música “Luar do Sertão”, página 140 do TP5.
3. Analisar em conjuntos a atividade 9, p. 141
4. Assistir o vídeo “Os melhores do mundo” e verificar os elementos linguísticos: (pleonasmo, se não/ senão, para mim “fazer”, regência, plurais metafônicos, concordância, entre outros.).
5. Inferências sobre o vídeo.
6. Recursos linguísticos de coesão (música “Passe em casa” dos Tribalistas) p. 156 do TP5.
7. Trabalhos em grupo:
- Apresentar três imagens e pedir ao grupo que faça a narrativa a partir da sequência que escolherem.
- O texto será produzido coletivamente e registrado no papel craft.
- O texto será lido para que se reconheçam os elementos de coesão presentes ou não nele.
- Análise oral dos textos elaborados.

ATIVIDADES – 2ª PARTE
Socialização e reflexão dos tópicos essenciais dessas unidades.
Trabalhos de apresentação dos “avançando na prática”, desenvolvidos em sala de aula e relatórios.
Receber as sugestões dos projetos iniciados na oficina anterior.

Pontos positivos: atividades dinâmicas, interação com os cursistas, mais comprometimento com as atividades. Os formadores interagem, facilitando e enriquecendo o processo de ensino e aprendizagem.

Pontos negativos: É difícil obedecer ao horário proposto para as atividades da 1ª parte, logo o tempo torna-se limitado, não podendo concluir as demais tarefas.

No período de 20 a 24/07/09, aconteceu da Fase de Acompanhamento do GESTAR II, em Balneário Camboriú. Foi um momento ímpar de socialização das atividades já aplicadas referentes aos TPs 3, 4, 5 do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar.

No dia 28/07/09, eu, meus colegas formadores e a coordenadora do GESTAR II fizemos a avaliação da Fase de Acompanhamento, socializamos algumas atividades e textos recebidos. Debatemos sobre a elaboração do projeto e contamos com a parceria de uma professora da UNISUL e da rede estadual para dirimir possíveis dúvidas e auxiliar na elaboração da fundamentação teórica.

terça-feira, 14 de julho de 2009

"LETRAR É MAIS QUE ALFABETIZAR"

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Entrevista com Magda Becker Soares.

Nos dias de hoje, em que as sociedades do mundo inteiro estão cada vez mais centradas na escrita, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas contemporâneas. É preciso ir além da simples aquisição do código escrito, é preciso fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, apropriar-se da função social dessas duas práticas; é preciso letrar-se. O conceito de letramento, embora ainda não registrado nos dicionários brasileiros, tem seu aflorar devido à insuficiência reconhecida do conceito de alfabetização. E, ainda que não mencionado, já está presente na escola, traduzido em ações pedagógicas de reorganização do ensino e reformulação dos modos de ensinar, como constata a professora Magda Becker Soares, que, há anos, vem se debruçando sobre esse conceito e sua prática.
"A cada momento, multiplicam-se as demandas por práticas de leitura e de escrita, não só na chamada cultura do papel, mas também na nova cultura da tela, com os meios eletrônicos", diz Magda, professora emérita da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Se uma criança sabe ler, mas não é capaz de ler um livro, uma revista, um jornal, se sabe escrever palavras e frases, mas não é capaz de escrever uma carta, é alfabetizada, mas não é letrada", explica. Para ela, em sociedades grafocêntricas como a nossa, tanto crianças de camadas favorecidas quanto crianças das camadas populares convivem com a escrita e com práticas de leitura e escrita cotidianamente, ou seja, vivem em ambientes de letramento.
"A diferença é que crianças das camadas favorecidas têm um convívio inegavelmente mais freqüente e mais intenso com material escrito e com práticas de leitura e de escrita", diz. "É prioritário propiciar igualmente a todos o acesso ao letramento, um processo de toda a vida".
(ELIANE BARDANACHVILI)
- O que levou os pesquisadores ao conceito de "letramento", em lugar do de alfabetização?
- A palavra letramento e, portanto, o conceito que ela nomeia entraram recentemente no nosso vocabulário. Basta dizer que, embora apareça com freqüência na bibliografia acadêmica, a palavra não está ainda nos dicionários. Há, mesmo, vários livros que trazem essa palavra no título. Mas ela não foi ainda incluída, por exemplo, no recente Michaelis, Moderno Dicionário da Língua Portuguesa , de 1998, nem na nova edição do Aurélio, o Aurélio Século XXI , publicado em 1999. É preciso reconhecer também que a palavra não foi incorporada pela mídia ou mesmo pelas escolas e professores. É ainda uma palavra quase só dos "pesquisadores", como bem diz a pergunta. O mesmo não acontece com o conceito que a palavra nomeia, porque ele surge como conseqüência do reconhecimento de que o conceito de alfabetização tornou-se insatisfatório.
- Por quê?
- A preocupação com um analfabetismo funcional [terminologia que a Unesco recomendara nos anos 70, e que o Brasil passou usar somente a partir de 1990, segundo a qual a pessoa apenas sabe ler e escrever, sem saber fazer uso da leitura e da escrita], ou com o iletrismo, que seria o contrário de letramento, é um fenômeno contemporâneo, presente até no Primeiro Mundo.
- E como isso ocorre?
- É que as sociedades, no mundo inteiro, tornaram-se cada vez mais centradas na escrita. A cada momento, multiplicam-se as demandas por práticas de leitura e de escrita, não só na chamada cultura do papel, mas também na nova cultura da tela, com os meios eletrônicos, que, ao contrário do que se costuma pensar, utilizam-se fundamentalmente da escrita, são novos suportes da escrita. Assim, nas sociedades letradas, ser alfabetizado é insuficiente para vivenciar plenamente a cultura escrita e responder às demandas de hoje.
- Qual tem sido a reação a esse fenômeno lá fora?
- Nos Estados Unidos e na Inglaterra, há grande preocupação com o que consideram um baixo nível de literacy da população, e, periodicamente, realizam-se testes nacionais para avaliar as habilidades de leitura e de escrita da população adulta e orientar políticas de superação do problema. Outro exemplo é a França. Os franceses diferenciam illettrisme muito claramente illettrisme de analphabétisme . Este último é considerado problema já vencido, com exceção para imigrantes analfabetos em língua francesa. Já illettrisme surge como problema recente da população francesa. Basta dizer que a palavra illettrisme só entrou no dicionário, na França, nos anos 80. Em Portugal é recente a preocupação com a questão do letramento, que lá ganhou a denominação de literacia, numa tradução mais ao pé da letra do inglês literacy .
- O que explica o aparecimento do conceito de letramento entre nós?
- Não se trata propriamente do aparecimento de um novo conceito, mas do reconhecimento de um fenômeno que, por não ter, até então, significado social, permanecia submerso. Desde os tempos do Brasil Colônia, e até muito recentemente, o problema que enfrentávamos em relação à cultura escrita era o analfabetismo, o grande número de pessoas que não sabiam ler e escrever. Assim, a palavra de ordem era alfabetizar. Esse problema foi, nas últimas décadas, relativamente superado, vencido de forma pelo menos razoável. Mas a preocupação com o letramento passou a ter grande presença na escola, ainda que sem o reconhecimento e o uso da palavra, traduzido em ações pedagógicas de reorganização do ensino e reformulação dos modos de ensinar.
- Como o conceito de letramento, mesmo sem que se utilize este termo, vem sendo levado à prática?
- No início dos anos 90, começaram a surgir os ciclos básicos de alfabetização, em vários estados; mais recentemente, a própria lei [Lei de Diretrizes e Bases, de 1996] criou os ciclos na organização do ensino. Isso significa que, pelo menos no que se refere ao ciclo inicial, o sistema de ensino e as escolas passam a reconhecer que alfabetização, entendida apenas como a aprendizagem da mecânica do ler e do escrever e que se pretendia que fosse feito em um ano de escolaridade, nas chamadas classes de alfabetização, é insuficiente. Além de aprender a ler e a escrever, a criança deve ser levada ao domínio das práticas sociais de leitura e de escrita. Também os procedimentos didáticos de alfabetização acompanham essa nova concepção: os antigos métodos e as antigas cartilhas, baseados no ensino de uma mecânica transposição da forma sonora da fala à forma gráfica da escrita, são substituídos por procedimentos que levam as crianças a conviver, experimentar e dominar as práticas de leitura e de escrita que circulam na nossa sociedade tão centrada na escrita.
- Como se poderia, então, definir letramento?
- Letramento é, de certa forma, o contrário de analfabetismo. Aliás, houve um momento em que as palavras letramento e alfabetismo se alternavam, para nomear o mesmo conceito. Ainda hoje há quem prefira a palavra alfabetismo à palavra letramento - eu mesma acho alfabetismo uma palavra mais vernácula que letramento, que é uma tentativa de tradução da palavra inglesa literacy , mas curvo-me ao poder das tendências lingüísticas, que estão dando preferência a letramento. Analfabetismo é definido como o estado de quem não sabe ler e escrever; seu contrário, alfabetismo ou letramento, é o estado de quem sabe ler e escrever. Ou seja: letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive: sabe ler e lê jornais, revistas, livros; sabe ler e interpretar tabelas, quadros, formulários, sua carteira de trabalho, suas contas de água, luz, telefone; sabe escrever e escreve cartas, bilhetes, telegramas sem dificuldade, sabe preencher um formulário, sabe redigir um ofício, um requerimento. São exemplos das práticas mais comuns e cotidianas de leitura e escrita; muitas outras poderiam ser citadas.
- Ler e escrever puramente tem algum valor, afinal?
- Alfabetização e letramento se somam. Ou melhor, a alfabetização é um componente do letramento. Considero que é um risco o que se vinha fazendo, ou se vem fazendo, repetindo-se que alfabetização não é apenas ensinar a ler e a escrever, desmerecendo assim, de certa forma, a importância de ensinar a ler e a escrever. É verdade que esta é uma maneira de reconhecer que não basta saber ler e escrever, mas, ao mesmo tempo, pode levar também a perder-se a especificidade do processo de aprender a ler e a escrever, entendido como aquisição do sistema de codificação de fonemas e decodificação de grafemas, apropriação do sistema alfabético e ortográfico da língua, aquisição que é necessária, mais que isso, é imprescindível para a entrada no mundo da escrita. Um processo complexo, difícil de ensinar e difícil de aprender, por isso é importante que seja considerado em sua especificidade. Mas isso não quer dizer que os dois processos, alfabetização e letramento, sejam processos distintos; na verdade, não se distinguem, deve-se alfabetizar letrando .
- De que forma?
- Se alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da escrita, letrar significa levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e de escrita. Uma criança alfabetizada é uma criança que sabe ler e escrever; uma criança letrada (tomando este adjetivo no campo semântico de letramento e de letrar, e não com o sentido que tem tradicionalmente na língua, este dicionarizado) é uma criança que tem o hábito, as habilidades e até mesmo o prazer de leitura e de escrita de diferentes gêneros de textos, em diferentes suportes ou portadores, em diferentes contextos e circunstâncias. Se a criança não sabe ler, mas pede que leiam histórias para ela, ou finge estar lendo um livro, se não sabe escrever, mas faz rabiscos dizendo que aquilo é uma carta que escreveu para alguém, é letrada, embora analfabeta, porque conhece e tenta exercer, no limite de suas possibilidades, práticas de leitura e de escrita. Alfabetizar letrando significa orientar a criança para que aprenda a ler e a escrever levando-a a conviver com práticas reais de leitura e de escrita: substituindo as tradicionais e artificiais cartilhas por livros, por revistas, por jornais, enfim, pelo material de leitura que circula na escola e na sociedade, e criando situações que tornem necessárias e significativas práticas de produção de textos.
- O processo de letramento ocorre, então, mesmo entre crianças bem pequenas...
- Pode-se dizer que o processo começa bem antes de seu processo de alfabetização: a criança começa a "letrar-se" a partir do momento em que nasce numa sociedade letrada. Rodeada de material escrito e de pessoas que usam a leitura e a escrita - e isto tanto vale para a criança das camadas favorecidas como para a das camadas populares, pois a escrita está presente no contexto de ambas -, as crianças, desde cedo, vão conhecendo e reconhecendo práticas de leitura e de escrita. Nesse processo, vão também conhecendo e reconhecendo o sistema de escrita, diferenciando-o de outros sistemas gráficos (de sistemas icônicos, por exemplo), descobrindo o sistema alfabético, o sistema ortográfico. Quando chega à escola, cabe à educação formal orientar metodicamente esses processos, e, nesse sentido, a Educação Infantil é apenas o momento inicial dessa orientação.
- O processo de letramento ocorre durante toda a vida escolar?
- A alfabetização, no sentido que atribuí a essa palavra, é que se concentra nos primeiros anos de escolaridade. Concentra-se aí, mas não ocorre só aí: por toda a vida escolar os alunos estão avançando em seu domínio do sistema ortográfico. Aliás, um adulto escolarizado, quando vai ao dicionário, resolver dúvida sobre a escrita de uma palavra está retomando seu processo de alfabetização. Mas esses procedimentos de alfabetização tardia são esporádicos e eventuais, ao contrário do letramento, que é um processo que se estende por todos os anos de escolaridade e, mais que isso, por toda a vida. Eu diria mesmo que o processo de escolarização é, fundamentalmente, um processo de letramento.
- Em qualquer disciplina?
- Em todas as áreas de conhecimento, em todas as disciplinas, os alunos aprendem através de práticas de leitura e de escrita: em História, em Geografia, em Ciências, mesmo na Matemática, enfim, em todas as disciplinas, os alunos aprendem lendo e escrevendo. É um engano pensar que o processo de letramento é um problema apenas do professor de Português: letrar é função e obrigação de todos os professores. Mesmo porque em cada área de conhecimento a escrita tem peculiaridades, que os professores que nela atuam é que conhecem e dominam. A quantidade de informações, conceitos, princípios, em cada área de conhecimento, no mundo atual, e a velocidade com que essas informações, conceitos, princípios são ampliados, reformulados, substituídos, faz com que o estudo e a aprendizagem devam ser, fundamentalmente, a identificação de ferramentas de busca de informação e de habilidades de usá-las, através de leitura, interpretação, relacionamento de conhecimentos. E isso é letramento, atribuição, portanto, de todos os professores, de toda a escola.
- Mas seria maior a responsabilidade do professor de Português?
- É claro que o professor de Português tem uma responsabilidade bem mais específica com relação ao letramento: enquanto este é um "instrumento" de aprendizagem para os professores das outras áreas, para o professor de Português ele é o próprio objeto de aprendizagem, o conteúdo mesmo de seu ensino.
- Muitos pais reclamam do fato de, hoje, os grandes textos de literatura, nos livros didáticos, darem lugar a letras de música, rótulos de produtos, bulas de remédio. O que essa ênfase nos textos do dia-a-dia tem de positivo e o que teria de negativo?
- É verdade que o conceito de letramento, bem como a nova concepção de alfabetização que decorre dele e também das teorias do construtivismo que chegaram ao campo da educação e do ensino nos anos 80, trouxeram um certo exagero na utilização de diferentes gêneros e diferentes portadores de texto na sala de aula. É realmente lamentável que os textos literários, até pouco tempo atrás exclusivos nas aulas de Português, tenham perdido espaço. É preciso não esquecer que, exatamente porque a literatura tem, lamentavelmente, no contexto brasileiro, pouca presença na vida cotidiana dos alunos, cabe à escola dar a eles a oportunidade de conhecê-la e dela usufruir. Por outro lado, tem talvez faltado critério na seleção dos gêneros. Por exemplo: parece-me equivocado o trabalho com letras de música, que perdem grande parte de seu significado e valor se desvinculadas da melodia: é difícil apreciar plenamente uma canção de Chico Buarque ou de Caetano Veloso lendo a letra da canção como se fosse um poema, desligada ela da música que é quem lhe dá o verdadeiro sentido e a plena expressividade. Parece óbvio que devem ser priorizados, para as atividades de leitura, os gêneros que mais freqüentemente ou mais necessariamente são lidos, nas práticas sociais, e, para as atividades de produção de texto, os gêneros mais freqüentes ou mais necessários nas práticas sociais de escrita. Estes não coincidem inteiramente com aqueles, já que há gêneros que as pessoas lêem, mas nunca ou raramente escrevem, e há gêneros que as pessoas não só lêem, mas também escrevem. Por exemplo: rótulos de produtos são textos que devemos aprender a ler, mas certamente não precisaremos aprender a escrever. Assim, a adoção de critérios bem fundamentados para selecionar quais gêneros devem ser trabalhados em sala de aula, para a leitura e para a produção de textos, afastará os aspectos negativos que uma invasão excessiva e indiscriminada de gêneros e portadores sem dúvida tem.
- A condução do processo de letramento difere, no caso de se lidar com uma criança de classe mais favorecida ou com uma de classe popular?
- Em sociedades grafocêntricas como a nossa, tanto crianças de camadas favorecidas quanto crianças das camadas populares convivem com a escrita e com práticas de leitura e escrita cotidianamente, ou seja, umas e outras vivem em ambientes de letramento. A diferença é que crianças das camadas favorecidas têm um convívio inegavelmente mais freqüente e mais intenso com material escrito e com práticas de leitura e de escrita do que as crianças das camadas populares, e, o que é mais importante, essas crianças, porque inseridas na cultura dominante, convivem com o material escrito e as práticas que a escola valoriza, usa e quer ver utilizados. Dois aspectos precisam, então, ser considerados: de um lado, a escola deve aprender a valorizar também o material escrito e as práticas de leitura e de escrita com que as crianças das camadas populares convivem; de outro lado, a escola deve dar oportunidade a essas crianças de ter acesso ao material escrito e às práticas da cultura dominante. Da mesma forma, a escola que serve às camadas dominantes deve dar oportunidade às crianças dessas camadas de conhecer e usufruir da cultura popular, tendo acesso ao material escrito e às práticas dessa cultura.
- Como deve ser a preparação do professor para que ele "letre"? Em que esse preparo difere daquele que o professor recebe hoje?
- Entendendo a função do professor, de qualquer nível de escolaridade, da Educação Infantil à educação pós-graduada, como uma função de letramento dos alunos em sua área específica, o professor precisa, em primeiro lugar, ser ele mesmo letrado na sua área de conhecimento: precisa dominar a produção escrita de sua área, as ferramentas de busca de informação em sua área, e ser um bom leitor e um bom produtor de textos na sua área. Isso se refere mais particularmente à formação que o professor deve ter no conteúdo da área de conhecimento que elegeu. Mas é preciso, para completar uma formação que o torne capaz de letrar seus alunos, que conheça o processo de letramento, que reconheça as características e peculiaridades dos gêneros de escrita próprios de sua área de conhecimento. Penso que os cursos de formação de professores, em qualquer área de conhecimento, deveriam centrar seus esforços na formação de bons leitores e bons produtores de texto naquela área, e na formação de indivíduos capazes de formar bons leitores e bons produtores de textos naquela área.

(Jornal do Brasil - 26/11/2000) Olimpíada de Língua Portuguesa - Comunidade Escrevendo o Futuro – Boletim nº. 26 Comunidade Escrevendo o Futuro- (boletimcomunidade@cenpec.org.br)

sábado, 4 de julho de 2009

TRADUZINDO-SE


Usando a linguagem não verbal, cada cursista procurou traduzir-se, mostrando o seu estilo. Momento ímpar.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Registro Reflexivo – TP5 - Estilo, coerência e coesão

Tudo o que lemos e escrevemos é um retrato significativo que envolve ações e interações sociocomunicativas. A expressão oral e escrita vem marcada de estilo e traços inconfundíveis que permitem a identificação do leitor e suas experiências como falante/escritor de seu meio. A língua portuguesa é riquíssima em expressividade e os recursos são inúmeros, mas esse estudo ateve-se a quatro aspectos: som, palavra, frase e enunciação.
Outro aspecto a ser destacado é a interligação harmoniosa entre as partes de um discurso, de um texto, a fim de qualificar a compreensão, a inteligibilidade. A coerência está ligada ao sentido dele e quem atribui essa marca não é o escritor, mas sim o interlocutor. Logo o conhecimento de mundo se articula com o contexto linguístico. Quanto mais fácil for para o leitor/ouvinte perceber a boa organização das informações, mais simples será para compreender e interpretar o texto.
Juntamente com a coerência, a coesão é responsável por manter a continuidade significativa das palavras de um autor. Em função delas, um texto não é um amontoado de palavras, mas é uma unidade de sentido.
Para uma boa construção textual, a coerência e a coesão são responsáveis pela interpretação significativa e coerente de um texto. Então, torna-se necessário desenvolver atividades com a linguagem que nos mostrem o seu uso de forma lógica e harmônica, construindo assim a textualidade.
Contribuir para aperfeiçoar o ato de ler e escrever requer planejamento, exercícios, leituras múltiplas e a certeza de que os gêneros textuais são relevantes na construção lógica do texto.

Registro Reflexivo - TP4 Leitura e processos de escrita I

Partindo do princípio de que saber ler e escrever são pré-requisitos básicos para o exercício da cidadania, sabe-se que a sociedade está exigindo muito mais do que isso. É preciso ir além do código escrito. Faz-se necessário usar a leitura e a escrita no dia-a-dia, quer no papel, na tela, nos meios eletrônicos, em qualquer outro suporte e apropriar-se da função sintática delas.
Então é oportuno ler, pesquisar, estudar a relação entre a cultura e os seus usos sociais e funções da escrita nos contextos em que vivemos assim como sua importância para o ensino. Além disso, é necessário refletir sobre os usos e funções da mesma, relacionar o letramento com as práticas culturais e produzir atividades de preparação para a escrita, considerando a cultura local, regional e a nacional.
No trabalho com a leitura é fundamental observar, discutir e reconhecer o texto e o leitor como criadores de significados. Também se faz necessário relacionar objetivos elencados com diferentes textos e significados e conhecer a amplitude e o papel do conhecimento prévio que ato de ler compreende.
Com essa perspectiva cabe à escola, sobretudo, desenvolver as competências de leitura e escritura como ações interrelacionadas. Há que se realizar diversas atividades que propiciem o desenvolvimento das habilidades de compreensão, leitura e produção textual até chegar a ler para aprender, ler para escrever, ler para viver e conviver.

Registro Reflexivo do TP3

Sabe-se que alguns documentos oficiais, dentre eles a Proposta Curricular de Santa Catarina e os Parâmetros Curriculares Nacionais, apontam como possibilidade de mudança, no ensino da língua portuguesa, o uso dos gêneros literários como um dos meios de ensino e aprendizagem. No que diz respeito à prática docente, novos desafios se colocam, tendo em vista a necessidade de que o professor se aproprie dos conhecimentos teóricos produzidos sobre gêneros textuais e tipologia textual. Além disso, é preciso que ele consiga fazer com clareza e eficiência a transposição didática dos saberes científicos para que a aprendizagem aconteça numa interação entre informação, conhecimento e saberes múltiplos. Todavia, nem sempre nossas experiências com o saber são bem sucedidas. Deparamo-nos, algumas vezes com o insucesso nas escolas, onde a reprovação, a evasão e os baixos níveis de aprendizagem e a pouca participação dos pais no cotidiano da escola são indicativos do fracasso escolar.
Pensando em como melhorar a aprendizagem dos discentes e auxiliar outros professores, tornando o processo ensino e aprendizagem mais significativos, aceitei participar do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar.
Confiante no programa e em mim, mas ansiosa, fui ao encontro dos colegas professores e, também, cursistas, motivando-os e interagindo na construção do conhecimento e de uma nova prática de ensino. .
Os encontros acontecem de forma bem agradável, pois há participação e apreensão das atividades propostas.
Durante os encontros reservo uma parte do tempo para a socialização das atividades aplicadas em sala de aula. Que momento ímpar poder ouvir os discursos dos professores! Todo o material apresentado e produzido pelos cursistas como atividades feitas pelos alunos, relatórios, avaliação do TP faz parte do portfólio que está sendo construído em forma de pasta, não em blog .
Trabalhei o TP 3, procurando seguir as orientações recebidas durante a capacitação, fazendo leituras e pesquisas, explanando tópicos , realizando atividades individuais e em grupos, ou seja, enfocando todos os passos.
Os cursistas reconhecem a qualidade e aplicabilidade do material, e relatam que as atividades nas salas de aulas estão promovendo algumas mudanças.
Eles afirmam que são momentos para trocar e aprimorar as experiências vivenciadas, além de propor alternativas para melhorar os resultados. São, também, aulas diferentes que estamos proporcionando para nossos alunos. O TP3 e o AAA3 são excelentes suportes, com linguagem fácil aplicável e diversidade de textos para o aprimoramento do fazer pedagógico. Alguns entraves são apresentados como o pouco tempo para a leitura e o desenvolvimento e avaliação das atividades do TP. Algumas literaturas citadas nas referências são desconhecidas para os cursistas. Sabe-se que ainda pairam muitas dúvidas não só no nível conceitual, mas também em relação à prática da sala de aula, na perspectiva dos gêneros textuais como objetos de ensino e aprendizagem.

RELATÓRIOS MENSAIS DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – GESTAR II

Área de Formação: Língua Portuguesa
Coordenador da Área de Formação: Prof. Dr. Dioney M. Gomes
Formadora - UnB: Andreia Alves dos Santos
Formadora Estadual: Valéria Volpato Dacoreggio
Estado: Santa Catarina Município: Gravatal
Meses de referência:abril, maio e junho/2009.


Oficina 01- A: 28 /04/2009
Após a acolhida, fizemos a customização do crachá: um momento de descontração. Em seguida desenvolvemos a técnica dos nós, marcos de cada um: tivemos risos, passagens interessantes e comuns para muitos cursistas e lágrimas e mais lágrimas que contagiaram o grupo pelos depoimentos verdadeiros e originais, uma experiência inesquecível.
Dando sequência, fizemos o estudo do Guia Geral. Solicitei que respondessem e entregassem a atividade 2, p.21 do Guia Geral. Apresentei o TP3 e os AAA3 e expliquei a metodologia do trabalho. Foram propostas as seguintes atividades para casa (lição de casa), a fim de concretizar a oficina 1ª: leitura e resolução das atividades referentes às unidades 09 e10 do TP3; escolher uma turma/classe para aplicar as atividades do Avançando na Prática e construir o portfólio dos alunos como avaliação inicial dos mesmos; selecionar um Avançando na Prática, aplicar com os alunos, fazer o relatório e trazer uns trabalhos de alunos( textos bons e com dificuldades).
Pontos positivos: grupo interessado, motivado e disposto a inovar. Metodologia e informações importantes.
Pontos negativos: pouco tempo para fazer a lição de casa, algumas informações o grupo não domina, muitas atividades profissionais.


Oficina 01 - B: 05/05/2009 Transposição Didática
Observação: No cronograma consta: “Orientação coletiva para elaboração de projeto”. Foi necessário fazer adequações após a primeira oficina. Alguns cursistas trouxeram os relatos prontos, outros não conseguiram e alegaram falta de tempo para desenvolver todo o conteúdo e o feriado. Ficou evidente a experiência de cada um, as dificuldades para realizar o trabalho com o aluno. Com o relato das experiências de alguns colegas cursistas, os outros professores conseguiram superar as dificuldades e o trabalho desenvolveu-se.
Pensamento de acolhida: “Tornar o simples complicado é fácil; tornar o complicado simples, isto é criatividade.” Charles Mingus
Comentários e debates referentes às leituras das duas unidades no que diz respeito aos gêneros textuais. Discussão e releitura do “Ampliando nossas referências” bem como as atividades, p.p.45 e 46 do TP3. Na sequência, houve a socialização das transposições didáticas referentes às unidades 09 e 10 do TP3: um momento ímpar para troca de experiências. A maioria dos cursistas escolheu 7ª e 8ª séries. Os gêneros mais trabalhados foram biografia e fábula.
Pontos positivos: animação e entusiasmo para apresentar as atividades aplicadas, bem como sucessos e angústias. Alunos contentes por fazerem experiências interessantes e que resultam em aprendizagem. As escolas acolhem bem o Gestar II na sala de aula.
Pontos negativos: As manifestações dos professores/cursistas foram quanto ao pouco tempo para o desenvolvimento e conclusão das atividades do TP, pois os encontros são semanais: conseguem aplicar, mas não há tempo para a avaliação. Escrever o relatório é difícil porque não estão acostumados a registrar o passo-a-passo das atividades assim como a avaliação argumentada.
Avaliação da oficina: Embora tenha causado nervosismo, acúmulo de tarefas (as escolas fazem o 1º conselho de classe), o interesse e a responsabilidade predominaram. Muitos professores não tinham muitos conhecimentos científicos a respeito dos gêneros textuais e isso exigiu um pouco de cautela e motivação para leituras complementares.


12/05/2009, 26/05/2009 e 09/06/2009 - Orientação coletiva para elaboração de projeto e Oficina livre.
Não foi feita a orientação para projeto e oficina livre. A oficina livre acontecerá em outra data já planejada. Expliquei a importância do projeto para o curso e os cursistas, seus objetivos como meio de aplicação e avaliação do Gestar II. Nos próximos encontros vamos estudar e orientar o projeto. Cada cursista já está fazendo o diagnóstico em sua escola e quais temas são mais pertinentes e emergentes.
Assim aconteceram estes encontros: fez-se orientações individuais para a próxima oficina, referente às unidades 11 e 12 do TP3 , 13 e 14 do TP4 e 15 e 16 do TP4, conforme a oficina em aplicação. Os cursistas escolhem um avançando na prática e elaboram o plano de aula para aplicarem com os alunos, auxiliados pela professora formadora. Esse momento foi pedido pelos cursistas porque estavam muito inseguros, com pouco tempo e não conheciam a metodologia de trabalho do Gestar II. Algumas informações são um pouco novas e os cursistas têm pouca leitura sobre gêneros e tipos textuais, logo algumas explicações fizeram-se necessárias. O tema alfabetização e letramento exigiu muitas leituras, outros textos que proporcionaram bons momentos de ensino e aprendizagem.


Oficina 02 : 19/05/2009
Pensamento de acolhida: “Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Por isso, aprendemos sempre." Paulo Freire
Para uma maior integração dos cursistas e formadores, a coordenadora regional do Gestar II apresentou o vídeo “Quem mexeu no meu queijo?” (15 min). Em seguida, fez o debate sobre as idéias significativas, onde cursistas e formadores interagiram. A partir da reflexão, muitos apresentaram suas angústias, inquietações. Concluiu-se que as dificuldades citadas são partes motivadoras para as mudanças e a aprendizagem. É preciso trocar o queijo velho pelo novo e mudá-lo de lugar para que novas experiências sejam vivenciadas.
Na sequência, aconteceu a socialização das transposições didáticas referentes às unidades 11 e 12 do TP3 e esclarecimento de dúvidas. Os cursistas não conheciam todos os tipos textuais citados nas unidades. Para identificar aspectos de sequência tipológica foram desenvolvidas atividades, dando ênfase a descrição, narração e dissertação. Através da descrição puderam produzir imagens com textos verbais e não verbais, caracterizando objetos, pessoas. A partir daí desenvolveram a narração e a dissertação (expositiva e argumentativa). Os textos injuntivos e preditivos foram facilmente identificados, após exemplos e explicações técnicas e científicas.
A transposição didática referente aos tipos textuais abordou mais o descritivo e o injuntivo. Muitas descrições objetivas e subjetivas foram escritas, três manuais (da bicicleta, da fofoca e da confecção de flores artesanais) foram produzidos.
Pontos positivos: textos curiosos e agradáveis de ler. Os alunos identificaram com facilidade o uso dos adjetivos. A turma é dinâmica e cooperativa e o material é muito bom.
Pontos negativos: Os cursistas estão sobrecarregados, trabalham com a carga horária cheia e estão preocupados com os momentos de estudos para desenvolver as atividades em sala de aula. Alguns cursistas não compareceram e não justificaram.
A avaliação é positiva, pois afirmam que necessitam dessa troca de experiência para rever sua prática pedagógica com novo olhar. Também enfatizam o fácil entendimento do conteúdo, das atividades e o fato de elas estarem prontas para aplicação em sala de aula. Essas aulas despertam o interesse e entusiasmo dos alunos na realização das atividades.


Oficina 03 : 02/06/2009

Iniciamos o TP4, unidades 13 e 14, com nossos cursistas. Essas unidades procuram discutir as funções da escrita nas práticas cotidianas e o processo da leitura, enfatizando pontos centrais como Alfabetização e Letramento. Com isso, fez-se necessário estudar bastante e nos organizarmos com atividades diversificadas, pois a complexidade do tema abordado nos exigia este tipo de conduta. Para o TP4 o tema é diversidade cultural: cultura, identidade e conflitos.
Texto para análise e debate:

O que é letramento?
Letramento não é um gancho
em que se pendura cada som enunciado,
não é treinamento repetitivo
de uma habilidade,
nem martelo
quebrando blocos de gramática.

Letramento é diversão
é leitura à luz de vela
ou lá fora, à luz do sol.

São notícias sobre o presidente,
o tempo, os artistas da TV
e mesmo Mônica e Cebolinha
nos jornais de domingo.

É uma receita de biscoito,
uma lista de compras, recados colocados na geladeira,
um bilhete de amor,
telegramas de parabéns e cartas
de velhos amigos.

É viajar para países desconhecidos,
sem deixar sua cama,
é rir e chorar
com personagens, heróis e grandes amigos.

É um atlas do mundo,
sinais de trânsito, caças ao tesouro,
manuais, instruções, guias,
e orientações em bulas de remédios,
para que você não fique perdido.

Letramento é, sobretudo,
um mapa do coração do homem,
um mapa de quem você é,
e de tudo que você pode ser.
(Kate M. Chong)

Pontos positivos: A turma é participativa e responsável. O material é rico em informações atuais, atividades e com uma linguagem bem acessível.
Pontos negativos: Os cursistas estão sobrecarregados. Alguns cursistas não compareceram e não justificaram. Pouco tempo para aplicar o Avançando na Prática e conciliar com o conteúdo já programado.
A avaliação da oficina é positiva, porque a troca de experiência é um momento para rever a prática pedagógica, acolher sugestões dos colegas, conhecer experiências que deram certo. Os alunos demonstram interesse e aprendizagem na realização das atividades, embora muitas nomenclaturas da língua não sejam empregadas.

Oficinas Introdutórias

1ª Oficina Introdutória: 31/03/2009
Neste encontro fizemos os encaminhamentos iniciais do Gestar II como planejamento dos encontros, cronologia, operacionalização, discussão sobre a carência de recursos tecnológicos e releitura do Guia Geral. Surgiram muitas dúvidas e a angústia foi intensa. Outras dificuldades: o material atrasou; a diferença de informações entre nós formadores e a coordenadora (cursista da profª. Aya). Mas o diálogo prevaleceu.

2ª Oficina Introdutória: 14/04/2009
Chegou o dia tão esperado: abertura oficial do Gestar II em Tubarão/SC.
Cerimônia de abertura com a participação da Gerente de Educação, coordenadora do Gestar, diretores de escola, formadores e professores cursistas. Ouvimos o Hino Nacional Brasileiro e foi apresentada em multimídia uma motivação entitulada Conquistando o impossível na Era do Gelo,com comentários posteriores. A coordenadora do Gestar II apresentou os objetivos do programa, a proposta de execução e a metodologia. Cada formador acolheu os cursistas e apresentou a importância do curso durante este ano e salientou o quão necessário é aprimorar as nossas práticas pedagógicas e profissionais. Além disso, a Gerente de Educação fez uma reflexão sobre a evolução da educação. Após o lanche, foram entregues os kits do Gestar II e cada formador conheceu o grupo de cursistas com o qual desenvolverá o Programa Gestão da Aprendizagem Escolar, durante este ano. O diálogo com os meus cursistas, num total de 17, foi muito importante para esclarecer diversos questionamentos.
Pontos positivos: os professores estavam atentos, curiosos.
Pontos negativos: professores com o acúmulo de atividades, horário escolar difícil de trocar, obrigatoriedade em fazer o curso, alguns estão prestes a se aposentar e não teriam vantagens financeiras.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

MEMORIAL

A família é o fundamento da educação onde devem ser cultivados valores essenciais como afeto, respeito, autoestima, responsabilidade e solidariedade. E foi nesse ambiente que há anos passados nasceu Valéria. Sempre atenta e meiga, essa menina foi crescendo e acolhendo os irmãos, pois é a primogênita. De um lar onde não faltavam orações e valores, talvez faltasse dinheiro, os meus pais foram cuidando de mim e me amando. Aos sete anos fui para a escola fazer o primeiro ano com a grande expectativa de aprender a ler e escrever. Lembro-me que ganhei uma bolsa de pano, um caderno, um lápis, uma borracha e precisava caminhar um quilômetro para chegar à escola. Com o domínio da leitura, passei a ler os poucos livros de que dispunha com a bíblia. Assim fui estudando com poucos recursos, mas muita vontade e persistência. Aos 11 anos, quando fui para a 5ª série, precisei morar com meus avós porque onde meus pais moram não tinha mais estudos. Os anos se passaram, conclui o Ensino Fundamental e Médio na companhia de minha avó e meu tio, professor de Língua Portuguesa. Não sabia exatamente qual curso, em nível superior, iria cursar. Fiz o primeiro vestibular para enfermagem e não passei. Durante esse me convidaram para dar aulas para uma turma de recuperação e, então, tive certeza que queria ser professora. Fui cursar Letras na FESSC, hoje UNISUL, morando com uma família de professores para os quais prestava serviços de doméstica e babá. Muito aprendi e o conhecimento foi caminhando, multiplicando-se, dividindo-se, pois o ambiente em que estava era favorável. Fiz o concurso público para o magistério de Santa Catarina em 1984 e fui aprovada, ingressando como professora em 1985 no município de Gravatal, onde moro. Trabalhei em três escolas antes da efetivação. Em 1986 comecei a trabalhar na Escola Estadual Hercílio Bez onde estou até hoje: já são 25 anos de caminhada e aprendizagem. Continuei estudando e em 1989 e 1990 fiz a pós-graduação em Vassouras, RJ. Tanta distância e saudade para quem tinha casado há pouco tempo. Com a conclusão da especialização, resolvi ter o diploma de mãe e olha que é um sonho aliado a uma batalha com o final feliz. Os anos de experiências e convívio com crianças, adolescentes, pais, professores e outros mais, propiciaram a construção de diversos casulos, asas, vôos: uma perfeita metamorfose. E continuei: participei dos estudos de formação referentes à Proposta Curricular de SC em todas as suas etapas, Projeto Verde é Vida da Afubra, Sistematização dos conceitos científicos essenciais, competências e habilidades para a Educação Básica, Teoria da Atividade de Aprendizagem. Também exerci a função de Articuladora das Classes de Aceleração de Aprendizagem entre 2000 e 2001 e muito me dediquei para o sucesso dessa ação pedagógica porque muitas crianças e jovens precisavam se apropriar dos saberes científicos necessários para se constituírem sujeitos partícipes e garantirem os direitos sociais. Hoje me encontro frente a outro desafio que é o Gestar II, acreditando na melhoria do processo de ensino e aprendizagem por meio de ações coletivas e estratégias planejadas em situações didáticas, críticas e também inovadoras. Então, vejo que pouco sei diante do muito que há para descobrir e conhecer, porém não me intimido porque com amor, vontade e saúde muito posso. Aproveito a memória reflexiva em cito alguns versos de Renato Russo, em Monte Castelo: “Ainda que eu falasse / A língua dos homens / E falasse a língua dos anjos / Sem amor eu nada seria. / É só o amor, é só o amor / Que conhece o que é verdade. / O Amor é bom, não quer o mal, / não sente inveja ou se envaidece.”

terça-feira, 5 de maio de 2009

FAZENDO A DIFERENÇA





Estas são as mulheres que não desistem no primeiro obstáculo: Lucimara, Mariele, Anamaria, Jucilene, Eliete, Idione, Myrian, Osmarina, Janaina.
Sucesso!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Resumo - Guia Geral


O Guia Geral do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar - GESTAR II – está estruturado em cinco unidades com três seções cada.
O GESTAR II é um programa de formação continuada de professores dos Anos/Séries Finais do Ensino Fundamental, criado pela Universidade de Brasília –UNB – em parceria com o MEC.
Esse programa caracteriza-se pela modalidade semipresencial de formação continuada dos professores de Língua Portuguesa e Matemática, objetivando a melhoria do processo ensino e aprendizagem, tendo como por base os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa de (5ª a 8ª séries) (6º ao 9º anos). Além disso, oferece estratégias de estudo individual, visando à autonomia do cursista, incluindo encontros presenciais para a realização de atividades como: troca de experiências e reflexão em grupos; esclarecimentos de dúvidas e questionamentos; planejamento e elaboração de situações didáticas; análise crítica da prática em sala de aula e de atividade dos alunos.
O professor formador municipal/estadual receberá, ao longo de um ano, a formação continuada da UNB num total de 300h assim distribuídas: 96h presenciais e 204h não-presenciais. Para a certificação, exige-se 75% de frequência e a entrega do portfólio com todas as atividades propostas e realizadas. Já o professor cursista estadual/municipal terá a sua carga horária assim organizada durante o ano: 120h presenciais e 180h a distância, perfazendo um total de 300h e a certificação será feita pela secretaria Municipal/Estadual.
O material de ensino e aprendizagem está organizado num kit com: 1 Guia Geral; 1 Caderno de Cursista; 6 Cadernos de Teoria e Prática (TPs); 6 Cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem – AAA-(versão do professor); 6 Cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem –AAA – (versão do aluno).
Fazem parte do processo metodológico do GESTAR II as oficinas coletivas, o plantão pedagógico, o acompanhamento pedagógico, os relatórios quinzenais e as atividades em sala de aula.
As atribuições e responsabilidades do professor formador para com os cursistas são:
Planejar os encontros presenciais e os planos de aulas;
Participar da apresentação e divulgação do Gestar;
Realizar o acompanhamento da prática pedagógica do professor cursista.
Executar as sessões presenciais;
Acompanhar ou orientar o estudo individual do professor cursista, a sua prática pedagógica, a ação do coordenador da escola.
Listar as dificuldades e demandas mais correntes na implementação do programa nas escolas e sugerir medidas de correção.
O GESTAR II tem como objetivo geral possibilitar ao professor de Língua Portuguesa de anos finais (séries finais do Ensino Fundamental) um trabalho que propicie aos alunos o desenvolvimento de habilidades de compreensão, interpretação e produção dos mais diferentes textos. Por outro lado, ele pretende elevar a competência dos professores e de seus alunos e, consequentemente, melhorar a capacidade de compreensão e intervenção sobre a realidade sociocultural; deve provocar a discussão e a reflexão sobre os problemas de ensino, articulação com a proposta pedagógica, curricular e plano de ensino, bem como as formas de mobilização da comunidade em torno do projeto social e educativo da escola; formar grupos de estudos voltados para troca de experiências, através da incorporação de outros saberes e construção coletiva de uma proposta pedagógica.
Essas considerações levam à definição da linha dorsal do programa como uma construção de caderno de estudo a partir de temas transversais e significativos tanto para o professor quanto para o professor. Vejamos a organização dos cadernos de teoria e prática - TPs: Título da Unidade e nome do autor; Iniciando nossa conversa; Definindo nosso ponto de chegada; Seções
Atividades; Indo à sala de aula; Avançando na prática; Importante; Recordando; Resumindo; Bibliografia; Leituras sugeridas;Ampliando nossas referências.
Os cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem aluno/professor – AAAs -têm por objetivo subsidiar as aulas com atividades individualizadas aos alunos que se diferem quanto ao ritmo e forma de aprendizagem e promover atividades para ensinar conteúdos que o aluno não aprendeu anteriormente e sanar deficiências detectadas ao longo do processo. Como formação continuada, este Programa prima pela interação teoria e prática e pela visão da linguagem como fenômeno cultural, onde a Língua é elemento constituinte, porém não único e isolado, na organização das experiências de cada um, buscando introduzir professores na apreciação da cultura letrada, estabelecendo diálogo desta com as demais linguagens. Na parte II de cada caderno – TP - encontramos duas Lições de Casa que se constituem num relato do Avançando na Prática, escolhido pelo cursista, que deverá ser entregue ao formador e constituir o portfólio deste. A cada duas unidades deve ser entregue uma Lição de casa. Na parte III encontramos duas Oficinas que são os encontros presenciais. Essas oficinas serão realizadas nas Unidades pares.
Com a aplicação do Programa, acredita-se que o professor não é mais o detentor do conhecimento, aquele que sabe de tudo, nem seus alunos são meros receptores do conhecimento. Crescem as expectativas de mudança e aprimoramento do trabalho dos professores de Língua Portuguesa e Matemática e surgem expectativas de um fazer pedagógico coletivo, cabendo ao professor o papel de mediar o conhecimento historicamente construído.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Construindo amizades

"Console, abrace, perdoe, aceite, escute, aprenda, compreenda, tolere, ria, agradeça, ame. Você será feliz e o mundo será seu amigo." (Marcela Restrepo)